Fim?

Era uma vez uma princesa cheia de sonhos e planos para uma vida cheia de vitórias, cheia de conquistas, cheia de felicidade, amor e paz.
Essa princesa morava em um castelo tranquilo onde todos faziam as suas vontades.
Essa princesa nunca tinha aprendido a ter grandes responsabilidades apesar de ter grandes sonhos.
O rei e a rainha do castelo nunca mostraram o verdadeiro valor da vida e muito menos ensinaram as lições que devemos levar durante toda a jornada de vida para que ela seja de grandes tristezas mas também de louváveis vitórias.
Um certo dia essa bela princesa (linda princesa, de beleza exuberante), conheceu um sapo, se apaixonou e resolveu torna-ló príncipe de seu castelo.
Esse príncipe também não ensinou a princesa a se tornar responsável por si mesma pelo contrário os dois juntos sempre achavam que as ações deles deveriam ter consequências mas que essas consequências deveriam cair sobre os pais sapos e os pais reis.
Só que a mãe rainha resolveu que tudo isso iria mudar e que a partir dos atos cometidos pelos filhos sejam eles de quaisquer especie as consequências também seriam desses filhos, infelizmente a sua princesinha havia feitos atos de mais, atos absurdamente atos, que geraria uma grande, e chorosa, e fedida, e sorridente, e linda consequência.
A princesinha viu seus sonhos e planos descerem pelo ralo da vida, agora depois de decretado que cada pessoa era responsável absoluto por seus atos e pelas consequências que ele podia trazer ela se viu em um poço sem fundo e pior ainda com uma criança chorando.
A mãe rainha ficou preocupada por nunca ter ensinado a sua filha que grandes escolhas vem acompanhadas de grandes responsabilidades e que se ela escolheu fazer alguma coisa que deveria entender que a consequência viria logo depois e que ela, só ela poderia sofre-las.
Hoje a mãe rainha tenta recuperar o tempo perdido no qual ela deixou de ensinar as coisas mais importantes dessa vida e infelizmente ensinar agora estava sendo uma tarefa dolorosa para as duas e ainda demorada.
A princesa acha que nunca vai ter um final feliz. Ah! Se ela soubesse aproveitar o lado bom da consequência da sua escolha não haveria choros, nem desespero muito menos magoas, só haveria risos, cuidados, amor e lembranças boas.
Fim?

Não sei se a princesa vai aprender a lidar com suas escolhas e sua consequências mas eu gostaria muito de saber.


Hoje de manhã fui ao médico entrei na clínica e ali tinha um aglomerado de pessoas de vários jeitos, estilos, rostos, algumas crianças, alguns jovens, alguns senhores, alguns idosos e um alguém bem incomum.
Uma menina que aparentava ter seus 19 anos mas com uma aparência de perturbada pela vida que parecia levar, em seu colo havia uma linda criança, uma linda menina e ao seu lado uma mãe exausta.
Perturbada pelas coisas que pareciam acontecer com muita rapidez em sua vida a menina começou a pirar, literalmente pirar. Gritava sem parar negando tudo aquilo que estava acontecendo, não queria de nenhum jeito ficar naquele lugar, esperar o médico que ia atender a sua filha e muito menos ouvir os conselhos da sua mãe.
Aos berros ela dizia que aquilo não podia está acontecendo com ela e sua mãe paciente disse que era apenas a consequência de uma má escolha, primeiro dela e depois da filha.
Me perguntei depois que má escolha ela, a mãe, tinha feito e cheguei rapidamente a uma simples conclusão, a conclusão da minha pequena história contada acima.
A mãe podia escolher ensinar a filha a aceitar as consequências dos seus atos porém ela apenas as encobria-os com o poder que lhe foi dado de defesa aos filhos, pensei sozinha no meu canto: “que péssima escolha minha amiga, agora está ai se matando, tentando recuperar um tempo perdido no qual poderia está fazendo outras coisas.” Em seguida pensei na péssima escolha que a filha poderia ter feito, talvez envolver-se com o cara errado, talvez não cuidar-se direito ou simplesmente não ter pensado antes, as vezes pensar antes soa como uma ótima prevenção a certos acidentes.
Nos meus pequenos pensamentos eu fui interrompida por mais gritarias e mais desespero de todos que estavam naquela sala a menina mais uma vez começou seu show com a sua mãe.
Falava constantemente que não ficaria ali, que estava com fome e que nada valeria aquilo, que pena que ela não veja a beleza da sua linda menina.
Enfim ela saiu carregando a pequena menina de uma forma estranha e talvez prejudicial, foi embora deixou a 'velha mãe' sentada e com uma face tranquila olhando para todos ali.
Acho que a mãe realmente entende que remedia a situação é pior do que preveni-la, pois bem já estava tarde não adiantava agora nessa altura do campeonato se desesperar com uma menina que acabou de descobrir que tudo tem consequências e que nem sempre vão ser as outras pessoas que vão sofre-las por nós.
E por fim a mãe saiu também de cena, deixando aquele local em um silêncio, mutuo e em alguns segundos foi quebrando pela médica me chamando: “Thais Allana”
Bom era a minha vez.
Ao sair da consulta fiquei surpresa ao ver de novo a 'menina mãe' sentada com sua bebezinha no colo e mais calma, acho que ela percebeu o meu espanto e me olhou fixamente dentro dos meus olhos, queria tanto que ela tivesse visto dentro dos meus olhos o que eu estava pensando ainda sobre aquela confusão de alguns minutos atrás, mas como poderia ver alguma coisa em mim, alguém que não conhece, se não consegue ver a beleza da vida no rosto daquela na qual ela deu a luz?
Sai dali um pouco chocada com o jogo de cenas e com as várias informações novas que surgiram na minha cabeça, perguntas e mais perguntas coisas que eu não tenho ideia de como responder mas também surgiram ideias novas, novos questionamentos, assuntos novos e reações desconhecidas de mim.
Ah! Aprendi uma nova e importante lição.
Tudo que se deseja nessa vida requer sacrifícios e tudo que não se quer e que por algum motivo acontece requer muito mais sacrifício e entendimento.
É fácil aceitar aquilo que já foi proposto pelas suas ideias e faz parte dos seus planos porém quando o trajeto muda drasticamente tudo fica mais difícil, os sonhos parecem nunca chegar e o planos parecem ter tido fim, mas eu acredito plenamente que existem males que vem para o bem, nesse caso, nessa história, que tal um pouquinho de responsabilidade?
Como diz o Ti: “No terceiro eu acerto.”
Quem sabe nesse susto essa 'menina mãe' não aprende que nem tudo é brinquedo, rs
E que certas escolhas podem ferir mais na frente, talvez não a ela mas quem sabe a pequenina que nem entende o que está acontecendo.

Felizes são as pessoas que sabem lidar com as consequências dos seus atos e que não se desesperam diante dos fatos, elas sim sabe viver a vida.

Recapitulando: Escolhas, Consequências e Responsabilidades, será que eu esqueci de alguma coisa?


Ah! Renuncia é a palavra que define alguns pais, pra mim.

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